A casa do Cachorro
A casa do cachorro é o lugar que vai habitar as proposições que surgiram e as que estão por surgir a partir do tema proposto: 'não se DEVE chutar um cachorro machucado', criado com o intuito de criar elos artísticos assim como o rompimento de fronteiras entre linguagens e espaços territoriais.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
segunda-feira, 4 de abril de 2011
na vila das artes. na sexta feira que será dia 08 de abri de 2011 às 19h: não se DEVE chutar um cachorro machucado
ELO – 1. Anel de uma cadeira ou corrente. 2. Fig. Ligação, laço, união.
Construir elos. Como construí-los? O que faz existirem?
A Proposição ‘Não se DEVE chutar um cachorro machucado’, tem sido um estudo, uma brincadeira séria que começou com a vontade e o desejo de criar uma obra estendida aqueles que quisessem dialogar e utilizar a internet como meio para essa criação coletiva. O Cachorro machucado (tadinho) surgiu no facebook - Ponto 1 e seguiu nas conversas no café da tarde sobre como criar rompendo fronteiras e aproximando linguagens e através de uma frase no status da rede social a interferência – comentários – começou a ganhar forma.
O melhor de tudo tem sido atravessar fronteiras, fazer o cachorro dar volta ao mundo por diferentes olhares. Estamos no lugar onde intercâmbios é questão de existência.
Recebemos material e continuamos recebendo: vídeo, fotografia, pintura, poesia, textos... tudo tem sido hospedado na casa do cachorro que é o endereço do blog.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
enviado por fábio giorgio azevedo
"Lembro-me de uma crônica que li não sei onde, nem sei quando. Escapa-me também o nome do autor. Se não me engano, era brasileiro. Não, não era brasileiro. E o assunto era a influência da distância nas leis da emoção. Vejamos o que dizia o cronista. Dizia que um atropelamento de cachorro na nossa porta, pelo fato de ser na nossa porta, teria mais apelo emocional do que Hiroshima.
Sabemos que, em Hiroshima, morreu um mundo e nasceu outro. A criança de lá passou a ser cancerosa antes do parto. Mas há entre nós e Hiroshima, entre nós e Nagasaki, toda uma distância infinita, espectral. Sem contar, além da distância geográfica, a distância auditiva da língua. Ao passo que o cachorro é atropelado nas nossas barbas traumatizadas. E mais: - nós o conhecíamos de vista, de cumprimento. Na época própria, víamos o brioso vira-lata atropelar as cachorras locais. Em várias oportunidades, ele lambera as nossas botas.
E, além disso, vimos tudo. Vimos quando o automóvel o pisou. Vimos também os arrancos triunfais do cachorro atropelado. Portanto, essa proximidade valorizou o fato, confere ao fato uma densidade insuportável. A morte do simples vira-lata dá-nos uma relação direta com a catástrofe. Ao passo que Hiroshima, ou o Vietnã, tem, como catástrofe, o defeito da distância"
[Nelson Rodrigues, "O cachorro atropelado" in A Cabra Vadia]
beijos.
fábio.